quarta-feira, dezembro 09, 2009

Hoje sinto saudades de tudo e de nada. Atacada pela nostalgia, recorro ao baú de poemas que, de uma maneira ou de outra, dizem o que sinto. Leio Florbela Espanca e o poema «Ambiciosa».

É este o que hoje me toca….

Para aqueles fantasmas que passaram,
Vagabundos a quem jurei amar,
Nunca os meus braços lânguidos traçaram
O voo dum gesto para os alcançar...

Se as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre um amor em sangue a palpitar...
- Quantas panteras bárbaras mataram
Só pelo raro gosto de matar!

Minha alma é como a pedra funerária
Erguida na montanha solitária
Interrogando a vibração dos céus!

O amor dum homem? - Terra tão pisada!
Gota de chuva ao vento baloiçada...
Um homem? - Quando eu sonho o amor dum deus!...

1 comentário:

Anónimo disse...

Lindo, só poderia ser um poema de uma grande senhora...
gostei
FJF.